domingo, 11 de janeiro de 2015

"Poderíamos ser uma potência", conta Luís Huber, faixa-preta de jiu-jitsu

Faixa-preta Luís Huber
JIU-JITSU - Cerca de 26 atletas de jiu-jitsu de diferentes faixas compareceram na Garra Team, em Estrela, no seminário com o estrelense faixa-preta Luís Huber. Morando há dois anos em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes, Huber traz um leque de detalhes que incrementam a arte suave. O encontro foi na sexta-feira, dia 9 de janeiro.

Em férias no Brasil, o atleta e professor Luís Huber aproveitou para afiar o conhecimento dos atletas do Vale do Taquari, em especial de Estrela, sua cidade natal. Ele conta como foi sua transição para a terra dos árabes e como o jiu-jitsu rola por lá.

"Em primeira mão tranquila, porque já estava buscando isso há mais de dois anos. Quando chegou a hora já estava preparado. Chegando lá recebia  notícia de que estaria incorporando em um projeto que ia além de dar aulas, mas ser um atleta profissional e representar a UEA Jiu-jitsu. Então, a  transição foi ainda melhor. Além de dar aula que eu gosto muito, consegui aperfeiçoar-me profissionalmente no esporte que eu tanto amo praticar", comenta Huber.

Huber e Anka demonstram movimentação
O aspecto mais interessante encontrado nos Emirados está na relação dos árabes com a arte marcial. "Isso começa em uma cultura. Não é nem no governo, é uma cultura implantada no povo, nas mínimas coisas. Tem as leis e o povo cumpre, tem as situações e eles seguem o certo. É uma cultura que engloba aquele pais. Não somente no esporte, mas na educação. Desde não ter violência na rua, ter uma sustentabilidade total em relação ao meio de vida. Então, não é só a luta, mas um total cultural. Eles veem o esporte como uma chave para a criança. Tanto é que o sheik fala: 'O que é bom para os nossos filhos é bom para o nosso povo'. A chave de tudo está nas crianças. Se tivermos uma educação de qualidade, uma formação de qualidade, vamos ter uma mudança cultural e futuramente um país diferente", comenta o faixa-preta.

Huber sente-se lisonjeado com a oportunidade fora de seu país de origem, mas gostaria que o jiu-jitsu fosse visto de diferente forma no Brasil. "A nossa maior mão de obra do jiu-jitsu está no Brasil. Poderíamos ser uma potência e viver da mesma forma que vivemos lá. Temos que deixar nossos familiares, amigos, para realizar os sonhos em um país distante, onde veem o esporte como um diferencial para a sociedade. Aqui, com tanta recurso, não só na área do jiu-jitsu, mas em todos os esportes, estamos a mercê de sermos amadores. Temos um potencial muito grande, já visto em cima dos tatames. Temos profissionalismo no Brasil, mas somos tratados como amadores", aponta Huber.

Da faixa-branca à preta, atletas buscaram conhecimento
Além de detalhes nas posições da arte suave, Luís Huber passou seus conhecimentos sobre os tatames. Aos 35 anos o faixa-preta busca ensinar que há um momento para cada atividade, que deve ser curtido ao máximo. Exemplo: sobre o tatame, aproveitar as amizades, aprender e deixar os problemas longe dali. Em casa saborear o momento de lazer com a família e buscar a felicidade acima de tudo.

Fotos: Maciel Rodrigues Delfino




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